TROVADORISMO
PORTUGUÊS
Periodização
da literatura portuguesa
A literatura portuguesa apresenta
uma divisão em três espaços de tempo, acompanhando as grandes transformações
vividas pela Europa: Era Medieval, Era Clássica e Era Romântica ou Moderna.
Essas três grandes eras apresentam-se subdivididas em fases menores, chamadas
de escolas literárias ou estilos de época.
Também é importante notar que as
datas que assinalam o início e o fim de cada época têm de ser entendidas apenas
como marcos. Toda época apresenta um
período de ascensão, um ponto máximo e um período de decadência, que coincide
com o período de ascensão da época seguinte.
Era
Medieval
Esse período se inicia como texto
mais antigo da literatura portuguesa, segundo a tese de Carolina Michaëlis, a
Canção da Ribeirinha (também conhecida como Canção de guarvaia), de Paulo
Soares de Taveirós.
Fase
de transição da Idade Média para a Moderna marcada pela crescente presença do
comércio, como na gravura acima que retrata uma cidade do século XV.
A Era Medieval prolongou-se até o
ano de 1527 prolongou-se até o ano de 1527 quando Sá de Miranda retorna da
Itália e introduz em Portugal as características renascentistas. Divide-se em
dois períodos:
a) Trovadorismo –
período compreendido entre os anos de 1189 (ou 1198), data provável da Canção
da Ribeirinha, e 1434, com a nomeação de Fernão Lopes para o cargo de
cronista-mor da Torre do Tombo.
b) Humanismo – período tipicamente de
transição da cultura medieval para uma cultura clássica. Estende-se de 1434 a
1527, com a volta de Sá de Miranda da Itália e a introdução do Renascimento
literário em Portugal.
Era Clássica
Em
Portugal, a Era Clássica compreende os séculos XVI, XVII e XVIII, apresentando
como característica genérica o predomínio de valores clássicos. Inicia-se em
1527 e estende-se até 1825, data da publicação do poema “Camões”, de Almeida
Garret, marco inicial do Romantismo. Divide-se em três períodos:
a) Quinhentismo ou Classicismo – período de 1527 a 1580,
ano em que Portugal passa para o domínio espanhol (coincidentemente, é o ano da
morte de Camões, o maior poeta renascentista português).
b) Seiscentismo ou Barroco – vai de 1580 a 1756, ano da
fundação da Arcádia Lusitana.
c) Setecentismo, ou Arcadismo, ou Neoclassicismo – estende-se de 1756 a 1825, ano inicial do
Romantismo.
O nascimento de Vênus (imagem acima) de
Sandro Boticelli, é uma das telas mais representativas da Renascença italiana.
Era Romântica ou Moderna
Estende-se
de 1825 até nossos dias. Divide-se em quatro períodos:
a) Romantismo – inicia-se em 1825, com
o poema “Camões”, de Almeida Garret, e estende-se até 1865, com a Questão de
Coimbrã.
b) Realismo – compreende que vai de
1865 a 1890, ano de publicação do livro Oaristos, de Eugênio de Castro.
c) Simbolismo – vai da publicação de
Oaristos, em 1890 a 1915, ano em que se lança a revista Orpheu, marco inicial
do Modernismo.
d) Modernismo – de 1915 aos nossos dias.
Há quem reconheça, a partir de 1945, um novo período, chamado Neo-realismo.
Trovadorismo Português
Trovadorismo,
ou 1ª Época Medieval, é o período que se entende de 1189 (ou 1198) – data provável
da Canção da Ribeirinha, cantiga de amor de Paio Soares de Taveirós,
considerada o mais antigo texto escrito em galego-português – até 1434, com a
nomeação de Fernão Lopes para o cargo de cronista-mor da Torre do Tombo.
A cultura
trovadoresca, surgida entre os séculos XI e XII, reflete bem o momento
histórico que caracteriza o período: na Europa cristã, a organização das
Cruzadas em direção ao Oriente; na Península Ibérica, a luta contra os mouros;
o poder descentralizado e as relações entre os nobres determinadas pelo
feudalismo; o poder espiritual em mãos do clero católico, detentor da cultura e
responsável pelo pensamento teocêntrico (Deus como centro de todas as coisas).
Todos os
textos poéticos dessa primeira época medieval eram acompanhados por música e normalmente cantados em coro, daí serem chamados de cantigas.
Podemos reconhecer
dois grandes grupos de cantigas: as cantigas
líricas e as cantigas satíricas.
As cantigas líricas se subdividem em cantigas de amor e cantigas de amigo; as cantigas
satíricas, em cantigas de escárnio
e cantigas de maldizer.
A arte gótica é uma manifestação de religiosidade
medieval. Os ângulos voltados para o céu produzem uma perspectiva que realça a pequenez
do ser humano diante de Deus. (imagem da Catedral de Reims, França)
Fonte: NICOLA, J. & TERRA, E.
Língua, Literatura e Redação, 2. ed. v.I. São Paulo, Scipione, 1994.